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Curiosity encontra possíveis sinais de antiga vida microbiana em Marte

A Dra. Nora Noffke, da Old Dominion University em Norfolk, VA, disse ter encontrado evidências potenciais de antigas formas de vida em f...


A Dra. Nora Noffke, da Old Dominion University em Norfolk, VA, disse ter encontrado evidências potenciais de antigas formas de vida em fotos feitas pela Curiosity, em Marte. O estudo da Dra. Noffke, publicado na revista Astrobiology, compara dezenas de fotos feitas pelo Curiosity, com fotos de estruturas sedimentares microbiologicamente induzidas, na Terra.
“As semelhanças são incríveis”, disse a Dra. Noffke. “Embora Marte hoje seja muito mais frio que a Terra, e aparentemente só tem água em forma de gelo e vapor, os cientistas acreditam que Marte foi um local completamente diferente a 3.7 bilhões de anos atrás, mais quente, mais úmido e com uma atmosfera mais espessa”. “O porque do clima ter sido mais hospitaleiro para a vida ainda é um mistério, mas isso poderia ter sido causado por vulcões, mudanças orbitais ou grandes impactos de asteroides”.
O que quer que seja que gerou as condições para vida, a Dra. Noffke diz que as fotografias feitas pela sonda, claramente mostram os depósitos sedimentares, e lembram muito o que ela tem encontrado em modernos depósitos de sal em vários lugares da Terra, como a Ilha Portsmouth, N.C., Bahar Aloune, na Tunísia, nos sedimentos lacustres da costa mediterrânea na Tunísia, e nos depósitos de sal Arqueanos do Pongola Supergroup na África do Sul e na Formação Dresser na Austrália. A Dra. Noffke reconhece que qualquer análise de imagens remotas tem suas desvantagens.
“Sem qualquer evidência para a vida em Marte detectada em amostras de rochas, reconstruir o ecossistema microbiano no Planeta Vermelho é pura especulação”, disse.
Ela ainda sugere uma hipótese bem fundamentada de que as estruturas vistas em Marte podem ser antigas estruturas sedimentares microbiologicamente induzidas, ou MISS.


“O Gillespie Lake Member em Marte registra um antigo sistema lacustre. As rochas mostram uma grande variedade de estruturas sedimentares que têm uma morfologia macroscópica equivalente às MISS formadas na Terra em ambientes similares”, escreveu a Dra. Noffke no artigo da Astrobiology.
“As estruturas sedimentares marcianas não são distribuídas de maneira aleatória, mas formam distintas associações e sucessões temporais relacionadas com específicas zonas de fácies. As mesmas associações de estruturas relacionadas com as fácies e suas mudanças com o tempo são formadas pela MISS na Terra. Se as estruturas marcianas são MISS fossilizadas, elas espelharão mudanças ecológicas de antigas estruturas microbianas num sistema lacustre regressivo”.
“Com base nas observações feitas com as fotografias da Mastcam do Curiosity, das três principais características do afloramento do Gillespie Lake Member, esse estudo tem levado à seguinte hipótese: as estruturas sedimentares no Gillespie Lake Member são antigas MISS produzidas por interações entre estruturas microbiológicas e seu ambiente. Essa hipótese pode ser testada e garante uma avaliação futura tanto pelas atuais, como pelas futuras missões a Marte”.


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