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Rosetta mostra como o 67P/Churyumov-Gerasimenko está se modificando, conforme se aproxima do Sol

Tem aumentado de forma significante a quantidade de água que está sendo expelida do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. O cometa com 4 qui...


Tem aumentado de forma significante a quantidade de água que está sendo expelida do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko. O cometa com 4 quilômetros de largura, estava lançando o equivalente a 1.2 litros de água no espaço por segundo, no final de Agosto de 2014. As observações foram feitas pelo instrumento da NASA, conhecido como Microwave Instrument for Rosetta Orbiter (MIRO), a borda da sonda Rosetta da ESA. Os resultados científicos da equipe do MIRO foram lançados hoje como parte da edição especial sobre a missão Rosetta na revista Science.
“Em observações feitas num período de três meses, de Junho a Agosto de 2014, a quantidade de água em vapor que o cometa estava lançando no espaço aumentou de um fator de dez”, disse Sam Gulkis, principal pesquisador do instrumento MIRO no JPL da NASA em Pasadena, na Califórnia, e principal autor do artigo que aparece na edição especial. 

“Termos estado perto do cometa por um período longo de tempo, que tem nos dado uma oportunidade única de ver como os cometas se transformam de corpos frios e congelados para objetos ativos expelindo gás e poeira à medida que eles chegam mais perto do Sol”.
O MIRO, é um pequeno e leve espectrômetro que pode mapear a abundância, a temperatura e a velocidade do vapor de água cometário e outras moléculas que o núcleo lança. Pode também medir a temperatura numa região a dois centímetros abaixo da superfície do núcleo do cometa. Uma razão de medir a temperatura na subsuperfície é que os gases observados provavelmente têm origem da sublimação de gelo que ocorre abaixo da superfície. Combinando essa informação com o gás, o MIRO será capaz de estudar esse processo em detalhe.
No artigo, a equipe do MIRO relata que o 67P expele mais gás de certos locais e em certos momentos do seu dia. O núcleo do 67P consiste de dois lobos de diferentes tamanhos, conectados por uma região chamada de pescoço. Uma substancial porção do gás expelido que foi medido de Junho até Setembro de 2014, veio da região do pescoço e durante a tarde.
“Essa situação pode estar mudando agora que o cometa está ficando mais quente”, disse Gulkis. “Observações do MIRO precisam ser cuidadosamente analisadas para determinar que fatores além do calor do Sol são os responsáveis pela emissão de gás cometário”.
As observações são contínuas para se poder pesquisar sobre a variabilidade na taxa de produção e nas mudanças nas partes do núcleo que estão lançando gás à medida que a distância do cometa ao Sol também se altera. Essa informação ajudará os cientistas a entenderem como os cometas se desenvolvem à medida que eles orbitam e se movem em direção ao Sol e para longe dele. A taxa de produção de gás é também importante para a equipe de navegação da Rosetta controlar a sonda, já que o fluxo de gás pode alterar a trajetória da sonda.
Em outro artigo sobre o cometa, foi revelado que a atmosfera do cometa, ou o chamado coma, é muito menos homogênea do que se esperava e que o fluxo de gás varia consideravelmente com o tempo.
“Se nós estivéssemos apenas visto um aumento constante dos gases já que estamos perto do cometa, não haveria dúvida sobre a heterogeneidade do núcleo”, disse Myrtha Hässig, uma cientista patrocinada pela NASA do Southwest Research Intitute em San Antonio. “Ao invés disso, nós observamos picos nas leituras de água, e poucas horas depois, um pico nas leituras de dióxido de carbono. Essa variação poderia ser um efeito da temperatura, ou um efeito sazonal, ou poderia apontar para a possibilidade das migrações realizadas pelo cometa no início do Sistema Solar”.



As medidas na coma, foram feitas pelo instrumento, Rosetta Orbiter Spectrometer for Ion and Neutral Analysis Double Focusing Mass Spectrometer (ROSINA DFMS). Medindo a composição da coma na posição da sonda, os dados do ROSINA indicam que o sinal de vapor de água é mais forte de maneira geral. Contudo, existem períodos quando a abundância de monóxido de carbono e de dióxido de carbono rivaliza com a quantidade de água.
“Analisados de forma integrada os resultados do MIRO e os resultados do ROSINA sugerem novos detalhes fascinantes para se aprender como os cometas trabalham”, disse Claudia Alexander, cientista de projeto da NASA para o time norte-americano da Rosetta, do JPL. “Esses resultados estão nos ajudando a movermos para um nível fundamental nosso entendimento sobre como os cometas operam”.

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